Algo aconteceu ontem no clássico entre Corinthians e São Paulo e não foi propriamente a marca 100 precedentes de Rogério ou a quebra do tabu de quatro anos em pleno comemorativo ano do 100tenário alvinegro.
Enquanto Ganso, um dos maiores talentos que surgiu no Brasil se alia com empresários, vira as costas para o time e já começa a fazer corpo-mole e a negar futebol - isto porque, antes de esquentar as fraldas na camisa do clube, já quer, para ontem!, desfilar no “palco luminoso do 1º Mundo” e babar no ovo de algum brasão estrangeiro;
enquanto no mesmo emblemático dia, a Canarinho, que também podemos chamar de “Brasilian Time”, vai outra vez à Inglaterra engordar mais um pouco o bolso da rica e ditatorial CBF e recebe BANANA arremessada ao seu maior talento em campo – repito BANANA!, essa fruta, não por acaso, escrita da mesma maneira nas duas línguas e peculiar ao cardápio dos MACACOS, como gostam de nos chamar por lá;
enquanto se prega o obscurantismo, o por-baixo-dos-panos, a partilha da carne e dos ossos dos nossos craques - cada um com seu quadrado de cota! ;
enquanto o mundo do futebol tupiniquim nada nas trevas, às braçadas!, Rogério 100ni surge numa tarde ensolarada como um ponto de redentora luz, opera três grandes defesas (uma no último lance aos 50 minutos do jogo), desenha uma pintura curva no ar, registra seu 100tésimo gol pelo único clube que o acolheu e crava seu nome na história, na tradição...
Foi mais que uma marca, que um número, que uma vitória sobre um rival, foi um culto à Essência, ao Respeito, ao Profissionalismo, ao 100timento impresso no fazer... e, ao fim, a recompensa (não a sorte, o acaso), talvez mesmo o Destino - o destino que ele lapidou com Verdade nas marteladas do dia-a-dia...
Atuação tão grandiosa quanto a que teve, também não por acaso, no título mundial contra os INGLESES, estes mesmos que já tentaram um dia o levar daqui... Talvez seja mesmo a hora de decidirmos o que queremos realmente: se dar BANANAS ou levá-las, quietos e silenciosos, na cabeça.
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