Bin Laden caiu. Washington jura de pés juntos que o corpo fora lançado ao mar com todas honrarias que um cadáver islâmico tem direito: reza, lençol branco e posição correta de sepultamento, embora seja difícil fazer um corpo flutuante ficar com o crânio parado e apontado à Meca, mas isso é mero detalhe logístico que, ao menos agora, não vem ao caso.
O motivo de tão poético sepultamento é que ainda está um pouco obscuro, sendo o mais divulgado a intenção de se evitar um ponto geográfico de peregrinação islâmica para louvação de um mártir, aliado ao medo que os estadunidenses têm de que seja criado uma enorme escultura em homenagem ao messias e profeta anti-imperialista do mundo árabe.
Se foi essa a intenção verdadeira, desconfio que foi um sonoro tiro no pé! Quer coisa mais propícia ao nascimento de um deus - ou um santo aos moldes de Dom Sebastião - do que um corpo desaparecido, jazendo em lugar incerto?
Ora, não será de se espantar se amanhã ou depois virmos a temível escultura espalhada por orlas anti-ianques com a viril figura de Osama usurpando qualquer deus do mar, Poseidon por exemplo.
(Osameidon)
Agora é só fazer a conta... Qual a proporção de mar em relação à terra neste planeta? Haverá altar geográfico mais vigoroso a um profeta ou deus?
Não precisamos forçar muito a imaginação para antevermos o que está por vir. Consagrado, imerso e enraizado na tradição, sincretismos exóticos e recorrentes poderão se espalhar como pandemia de fé: promessas, milagres, rosários, psicografias, cantigas e orações...
Centenas de anos serão suficientes para o mito se confundir com outros mitos e perder, de repente, até o caráter de gênero.
Todo final de ano na Praia Grande de Santos, imagens de Osama se misturarão com as de Iemanjá nos barquinhos perfumados com flores e pedidos ao mar... Milhares de fiéis entoarão um ponto (cantiga para os umbandistas) conhecido por todos, gravado por padres e exotéricos de toda ordem - um canto de esperança, de muita força e poder, à Grande Mãe, à Padroeira e Patrocinadora da fé universal...
“Osame ê, Osama á
Osame ê, Osama á
É a Rainha do Mar...”
(Osamanjá)
kkk.... engraçado este final. Mas isso é muito estranho jogar o corpo ao mar, ficou meio intangivel esta morte. Sem corpo não há prova...
ResponderExcluirEu acho que foi um tremendo tiro no pé... na questão de virar um Deus é quase certeza do jeito que todos o seguiam... Mas fazer o que né eles são os poderosos...
Will!
ResponderExcluirAdorei este texto!
no próximo Ano novo farei as minhas oferendas para Osamanja!
Só fico com receio do que poderei obter em troca das oferendas....rs..
Iza, meu receio mesmo é que o avião da Air France está lá embaixo, a combinação dos dois poderá tornar nossas marés mais explosivas...rs
ResponderExcluirabç