quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

DO TODO E DAS PARTES

Quando acompanhamos de perto um ente querido em sua luta contra um tumor maligno, por exemplo - com sede de viver, com todas as garras para viver! -, é que passamos a repensar o lugar que as paixões ocupam em nossas vidas. 

Por que gastamos tanta energia em nos firmarmos como seres desejantes em oposição ao outro e não conseguimos apenas abraçar o outro em sua diferença?

Por que amar, só amar, é tão difícil?

Essa situação limite coloca em suspenso todas as implicações comezinhas da vida, e põe ela, a Vida, no mais alto altar. 

Lembrar que ela é a maior e inexplicável dádiva que temos, afirmá-la por completo em todas as suas contradições, é livrar-se um pouco de si e sentir de uma forma realista o holismo - o transparente, evidente e poético holismo da existência. 

Sim, you may say I'm a dreamer...

... mas não sou o único!



Ilustração do parceiro Tiago Costa




Nenhum comentário:

Postar um comentário