Meus dias são putas que amo
de relance
à beira do asfalto.
Arranco ali um dente
de leite
e me deito,
sentindo que me sorri
afogado num copo d´água -
ao lado da cama, ao lado do berço.
Ponteiros derretidos se agitam,
nada mais é a vida.
Desesperados,
correm os homens atrás do que fogem,
relembrando tempos
em que havia o Tempo,
a morte era um brinquedo
e não apodreciam dentes no telhado.
(Imagem - Salvador Dali)
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