terça-feira, 30 de agosto de 2011

ANDARILHO

                         
                             “para Eduardo Lacerda”

lá, uma trilha estreita
de pedra e chão batido
onde ervas rasteiras se iluminam
na prata que vai caindo

de lua
           em lua

pela imensidão;

um estalo de fogo engolindo o vento
a subir na noite compassado e a contra-
tempo

acorde dissonante e por dentro
que vai te indicando o caminho.

uma roda flamenca:

batidas de pé cantadas na mão
nos toc-ti-toc´s das runas no chão
e uma carta se abrindo no peito
em sangue tinto

e vinho branco
e uvas de mel
e maçãs do destino

ancestrais do destino!
que te abrem o jogo-menino
e te são a rodar

     R  r                   r  R
  o       a               a       o
       d          e           d


pela vida sem casa
sem ida sem vinda
sem plano:

absurdamente
humano


demasiado Cigano.





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