Recentemente tive a honra de pitacar na orelha deste primeiro (e grande) romance do querido irmão Walner Danziger. Abaixo o texto e a devida recomendação!
***
"Este livro que cai em sua mão, distraído leitor, não se
engane: é um delicioso tapa na cara! Papo reto, direto ao ponto, sem goré-goré.
Mais: é uma experiência rítmica, batuqueira, em perfeita conformidade com a
música que a tudo permeia e invade a sintaxe do romance.
Com um linguajar que lhe é peculiar, e estilo muito próprio, Walner Danziger consegue o inusitado: um desfile de cenas quotidianas, sensuais, trágicas e bem humoradas, que vai passando pelos nossos olhos à moda dos grandes carnavais. O surgimento das Escolas de Samba e sua evolução no tempo - como eixo de uma estrutura social a que chamamos “Comunidade” - são pano de fundo para o autor lançar seu telescópio certeiro sobre o Humano e suas angústias: existencial, social e política.
Homem do teatro que é, o autor se deixa claramente influenciar por este universo formal, seja na montagem das cenas, seja em certa caracterização típica das personagens. Poderíamos ainda pensar na relação com o cinema, na forma cinematográfica em que os capítulos se entrelaçam, nos zoons, nos flashbacks, nos deslocamentos. Poderíamos citar Plínio Marcos ou, quem sabe, um Pedro Almodóvar? Mas eis aqui, acima de tudo, uma boa literatura. Realismo ácido, sem qualquer moralismo barato, sem massagem nem xilocaína. Influência “beat” na veia, saborosamente maldita.
Ainda mais: um texto totalmente marginal e de profunda identidade com a massa de seu povo, sua gente menos abastada, enfim, a maioria de nós que, como Shéq ou Simpatia (personagens centrais desta trama), matamos mil leões por dia, engolimos outros tantos sapos e estamos a um fio de cometer uma tragédia, um ato de amor: um Samba".
Com um linguajar que lhe é peculiar, e estilo muito próprio, Walner Danziger consegue o inusitado: um desfile de cenas quotidianas, sensuais, trágicas e bem humoradas, que vai passando pelos nossos olhos à moda dos grandes carnavais. O surgimento das Escolas de Samba e sua evolução no tempo - como eixo de uma estrutura social a que chamamos “Comunidade” - são pano de fundo para o autor lançar seu telescópio certeiro sobre o Humano e suas angústias: existencial, social e política.
Homem do teatro que é, o autor se deixa claramente influenciar por este universo formal, seja na montagem das cenas, seja em certa caracterização típica das personagens. Poderíamos ainda pensar na relação com o cinema, na forma cinematográfica em que os capítulos se entrelaçam, nos zoons, nos flashbacks, nos deslocamentos. Poderíamos citar Plínio Marcos ou, quem sabe, um Pedro Almodóvar? Mas eis aqui, acima de tudo, uma boa literatura. Realismo ácido, sem qualquer moralismo barato, sem massagem nem xilocaína. Influência “beat” na veia, saborosamente maldita.
Ainda mais: um texto totalmente marginal e de profunda identidade com a massa de seu povo, sua gente menos abastada, enfim, a maioria de nós que, como Shéq ou Simpatia (personagens centrais desta trama), matamos mil leões por dia, engolimos outros tantos sapos e estamos a um fio de cometer uma tragédia, um ato de amor: um Samba".
* O livro pode ser encontrado na Livraria Suburbano Convicto (Rua 13 de Maio, 70, 2o and - Bixiga, São Paulo/SP) ou diretamente com o autor pelo email "walnerdanziger@gmail.com".
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